quinta-feira, 15 de novembro de 2012

25º DIA 15 NOV: CAMARONES – PUERTO PIRÂMIDES (405 km - 3:55 hs)

DIÁRIO DE VIAGEM

        Sobrevivemos ao hotel! Ainda bem que estávamos tão cansados que apagamos e nem nos importamos com a cama e travesseiros duros (acho que eles usam rípio no colchão e travesseiro também! Hehehe!). O café foi o mais básico possível. Também não se esperaria outra coisa, além de dizer textualmente que não poderiam servi-lo antes das 8:30 hs, ótimo para quem está viajando..., mas esquece!, já passou.

           Camarones fica na baía de Camarones e a partir daí poderíamos chegar a um ponto de observação de Pingüins conhecido como Punta Tombo, a mais conhecida da região, com um deslocamento no rípio de 100 km. Este foi o nosso planejamento original quando decidimos pernoitar em Camarones.



Entretanto, verificamos que existia mais um ponto de observação ao sul da baía de Camarones chamado “Cabo dos Bahia”, que fica a 28 km, bem mais perto, também por estrada de rípio. Outra grande vantagem é que esta pinguineira é bem menos conhecida e portanto, muito mais vazia. Aliás só estávamos nós lá hoje. Nesta área tem uma pinguineira e uma loberia (onde ficam os lobos marinhos). Optamos por conhecer Cabo dos Bahia, pois ficava mais perto e dali poderíamos voltar pelo asfalto até a Ruta 3 e seguir viagem para  a Península Valdez, nosso próximo destino, de onde estamos escrevendo este blog agora.




Foto

            Bem, para ir la andamos por uma estrada de rípio de boa qualidade, costeando a baía. O dia estava lindo e, com o sol, o mar verde esmeralda, batendo nas rochas. 


E lá fomos nós na nossa “Quest for the penguins”. (Não tem aquele filme, a “Marcha dos pinguins”? O nosso deveria ser “Em busca dos pinguins”!) Ô bichinho para ir à praia longe!!! Enfim, chegamos à pinguineira. A primeira vista, não parecia haver nada na praia.... Mas, de repente, começamos a ver aqueles pontos brancos se deslocando.... Eram eles! Muitos deles! 


Para todo o lado! Fomos caminhando pelos caminhos demarcados e pelas passarelas de madeira e cercadas, entre os ninhos e para onde olhávamos, lá estavam eles. Alguns pertinho de nós, outros embaixo da passarela.

 A maioria deitada, descansando; muitos dentro dos ninhos chocando (tanto o macho quanto a fêmea chocam os ovos). Os bebês devem nascer por agora. Eles não estão nem aí para a gente. 

Ficam andando, se limpando, de vez em quando um estica o “pescoço”, bate as “asinhas” e faz um ruído estranho, como que chamando a companheira.



 As penas vistas de perto não parecem penas, nem macias, têm um aspecto áspero, parecem até escamas.

 Vimos alguns feridos, provavelmente da longa travessia pelo mar, e até alguns mortos. Eles ficam lá deitados, de vez em quando andam até o mar... E assim vão levando. Os filhotes nascem em novembro e só lá para fevereiro estarão independentes dos pais. Em abril eles vão embora.


            Saímos de lá e pegamos a estrada, RN-3, a caminho da Península Valdez. Mais uma vez, uma estrada deserta, no meio do nada.... Um visual muito monótono e sem graça. 


Cruzamos duas cidades maiores – Trelew, mas só passamos ao largo e não vimos muita coisa, e Puerto Madryn, que fica a beira do mar, e assim como Comodoro Rivadavia, parece uma enorme pedreira, cercada de dunas. Por todo lado, dunas de areia amarelada, uma poeira no ar – tudo está empoeirado, ainda mais com esse vento que tem por aqui.

            Por fim, chegamos à Península Valdez. 
Logo na entrada há um Centro de Visitantes que fornecem todas as informações e dão mapas com as diversas atrações. Há também um mini-museu, com explicações sobre a fauna, flora, geologia etc... Para se entrar na Península há uma taxa diária de 100 pesos – nós vamos ficar aqui 2 dias, mas como estávamos hospedados em Puerto Pirâmides, dentro da Península, só nos cobraram uma entrada de cada um para todos os dias.

            Logo ao lado está o acesso à Ilha dos Pajaros (5 km) – uma pequena ilha bem perto da praia onde ficam milhares de pássaros.  Só se olha de longe, com binóculo e luneta. Mas são muitos pássaros sobrevoando a ilha.
             Chegamos a Puerto Pirâmides onde ficaremos por 2 dias e faremos os passeios para ver baleias, elefantes marinhos, lobos marinhos, e mais pinguins.
            O vilarejo é bem pequenino, encravado entre dunas, pertinho da praia. Tem um pequeno comércio com lojinhas, restaurantes e companhias que fazem passeios para ver baleias e também de mergulho. E alguns hotéis espalhados. Depois de ontem, estávamos até com medo do que nos esperava por aqui, mas para nossa surpresa o hotel é bem bom (para a localidade, é excelente!) – Del Nomade Pousada Ecológica.

3 comentários:

  1. Finalmente, os pinguins apareceram!
    Continuo torcendo, agora, para verem muuuiiitaas baleias!

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  2. Esqueci...
    Bjos
    Viviane e Dailson

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  3. Burnier e Jussara, Mackrodt e Angela,

    De volta e no sossego do lar gostaríamos de agradecer os momentos agradáveis de nossa convivência na Patagônia argentina e chilena. Juntos admiramos paisagens maravilhosas! Mergulhamos na imensidão da estepe patagônica, uma natureza exuberante, pouco conhecida, todavia inesquecível aos nossos olhos atentos e curiosos. Passamos por muitas estradas de rípio. Frio, vento forte, árvores caídas, glaciares azuis, montanhas ponteagudas da cor do berilo, em Torres del Paine, como disse Charles Darwin.
    Pinguins, lobos marinhos, fragatas, pelicanos, raposas, guanacos aos montes e lebres saltitantes pelo caminho. Tudo muito diferente!
    Juntos, celebramos a nossa amizade, tomamos bons vinhos, até fumamos um charuto amigo, Nessa o Mac pediu deslogue! “Fizemos provecho” de uma boa centolla, cordeiro patagônico, chorizo argentino, empanadas, poucas e boas cervejas. A conversa nos uniu e juntos lembramo-nos dos bons tempos e de nossas experiências. Demos boas risadas!
    E com isso, o Mac fez bons ensaios para a autobiografia que vai escrever...
    Por isso tudo agradecemos o convite e esperamos poder participar de outras viagens como essa!
    Abraços e boa viagem!!!
    Dailson e Viviane

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